sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quinto Excerto

«"Basta olhar para os desertos, como o Saara, por exemplo. A temperatura aí é tão elevada que a água se evapora toda demasiado depressa, secando os solos. Pois sabes o que separa uma floresta equatorial de um deserto? (…) Uns meros quatros graus Celsius. Há apenas quatro graus de diferença entre uma grande floresta virgem e um deserto, o que significa que esses quatros graus cruzam um valor crítico."

(…) " Só em 2005 desapareceu catorze por cento do gelo permanente do Árctico, Catorze por cento! Sabes porquê? Porque os oceanos estão a aquecer. Como a água ficou mais quente, começou a derreter mais gelo, o que é um problema porque, como te disse, o gelo funciona como um espelho e reflecte mais de oitenta por cento do calor do Sol. Já o oceano, pelo contrário, absorve mais de noventa por cento desse calor, uma vez que é escuro. (…) Como o gelo está a derreter, há mais oceano a receber calor, o que torna a água mais quente e faz derreter ainda mais gelo, o que diminui mais a superfície reflectora e alarga de novo a superfície absorvente de calor, num ciclo vicioso que intensifica o efeito estufa."

"E isto não é tudo. Como o oceano está mais quente, a água fica mais pobre em nutrientes e em algas. Ora são as algas que atiram o dióxido de carbono para o fundo do mar. Como há menos algas, o dióxido de carbono fica há superfície, o que também agrava ainda mais o efeito de estufa"
"Mas isso está mesmo a acontecer?"

"Pois está. E em toda a parte. (…) Como a temperatura aumentou, elas [as florestas equatoriais], estão a diminuir. O problema é que sem a sombra das árvores o solo aquece mais e, consequentemente, faz aquecer mais o planeta, o que provoca uma maior diminuição das florestas e retira sombra a mais solos, que assim aquecem mais e provocam maior diminuição florestal, um novo ciclo vicioso."

(…) "O aquecimento do planeta é cumulativo. Mesmo que paremos hoje de emitir dióxido de carbono, e não vamos parar, o aquecimento prosseguirá durante décadas. O valor crítico de 550ppm [valor crítico de concentração de CO2 na atmosfera] será inevitavelmente cruzado e o planeta vai mesmo fritar. Perante a actual evolução, parece-me seguro dizer que deveremos ultrapassar os 1100ppm ainda este século."»

Este foi o último excerto que eu resolvi retirar do livro. Fica ainda, como prometido, um video. Eu tentei encontrá-lo com legendas em portugues, mas apenas consegui já dobrado em português, dividido em onze partes. Sim, eu sei, tantas(!), mas talvez assim até seja melhor, porque o filme é de 1h33min, e talvez não houvesse tempo ou paciência para ver o filme completo de uma só vez. Cada parte tem cerca de 10 minutos, na minha opinião, quarquer pessoa que se preocupe minimamente com o estado em que está o planeta, vai achar estes dez minutos bastante acessíveis.

Vejam. Por favor. Vejam tudo o que nós andamos a destruir. Que importância tem a política, a religião, a crise económica, social ou moral que atravessamos, se a nossa verdadeira casa, se a Terra está prestes a desmoronar-se?

Tudo o que aqui foi descrito, e como já referi no post de ontem, é verdade. Isto está mesmo a acontecer, agora, neste momento. Há cada vez mais espécies em extinção, mais habitats a serem destruídos, mais florestas a serem cortadas, e cada vez mais, o equilibrio em que a Terra vivia à muitos milhões de anos, está a decair.

Abram os olhos. Por favor.

angie

Sem comentários:

Enviar um comentário