A boa e a má moeda…

(Poderia ser um artigo escrito pelo Nosso Presidente da República, mas não o é…
Poderia ser um artigo escrito por um conceituado economista, mas não o é…)

Hoje foi realizado o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo. Teresa e Helena protagonizaram a primeira aplicação da lei que muita polémica causou, e não causou mais porque a crise parece ter abafado o quer que seja.

Não poderia deixar de expressar a estupefacção que me causou ao verificar o choque que a aprovação, pelo Presidente da República, de uma simples lei (aprovada no parlamento) causou a certos senhores pseudo-moralistas. O tal senhor que anda sempre por aí (o ex primeiro-ministro Santana Lopes) veio questionar a competencia do Presidente (e talvez com saudades do tempo em que foi presidente do Sporting) e tentou contratar o Bagão, que sem duvida tem um curriculo inquestionável e que todos o conhecem (ironia). Será este um ajuste de contas? E terá que Portugal suportar um Presidente Poeta por causa de um ajusto de contas?

Surpreende me esta polémica surgir agora com este tema, quando foi aprovada uma lei referendada e apoiada pelos portugueses, A Lei do Aborto, que atenta, essa sim, contra o valor supremo que é a VIDA. Na altura ninguem contestou, e a polémica nem sequer chegou a existir, quando estava em causa a morte de seres humanos. Um pouco de incoerencia tal como esta sociedade está desde sempre habituada…

Até a propria igreja na voz do Cardeal Policarpo se insurgiu naquilo a que chama a defesa dos valores cristãos. O valor da familia parece me ser um argumento esgotado, pois há problemas mais graves dentro da familia dita normal em que a igreja parece fechar os olhos: casamentos por conveniencia, adultério, violencia doméstica, abuso sexual etc. Acho que mais do que normas, regras e modelos instituidos, é necessario defender valores como o RESPEITO, AMOR, AMIZADE, LIBERDADE, RESPONSABILIDADE, etc. Da igreja devia vir o exemplo e “exterminar” de forma limpa, transparente e eficiente o grande problema que afecta o interior da propria, o Abuso Sexual de Menores, crime odiondo que me envergonha enquanto crente numa igreja limpa de pecados e pregadora do amor e do respeito pela diferença.

Uma coisa é certa não concordo com o uso do argumento da modernidade para justificar a aprovação do tal casamento. Concordo sim no uso da Luta contra a discriminação, seja ela por raça, orientação sexual, religião ou classe social, como argumento. Igualdade nas Leis pelo respeito da diferença!!! Sei que esta opinião irá chocar muita gente, mas acho que Portugal deu um passo importante na luta pela Igualdade.

Para rematar e voltando á má moeda, ainda tenho esperança que se torne boa, que deixe de dar passeios de submarino com o colega do PP, e que ainda contribua com qualidade para o desenvolvimento do país e da sociedade.

Duke